quarta-feira, 29 de abril de 2009

"UAH - BAP - LU - BAP - LAH - BÉIN - BUM" !





"SEXO, DROGAS & ROCK'N'ROLL"...





"Há muito tempo atrás, na velha Bahia...
Eu imitava Little Richards e me contorcia
As pessoas se afastavam...
Pensando que eu estava tendo um ataque de epilepsia"




Conheci Raul Seixas, em 1977, nos corredores da WEA. Ele fora chamado para uma reunião com o "poderoso chefão" André Midani, sobre o seu proximo disco. A Warner acabava de se instalar no Brasil, e, eu era o seu fotografo oficial & diretor de arte das capas dos discos.

"Impressionante como o Raú voltou a se comportar como antigamente, até, no seu vestuário esta igualzinho ao Raulzito, quando produzia o Jerry Adriani", comentavacom o seu inconfundível sotaque franco-libanês, o big boss.

De terno branco, com botas no mesmo tom & uma camisa de gola roulê azul, ali estava o "coringa do baralho", o lendário band leaderdos "Panteras":
"Eu sou, apenas um ator, que, interpreta o papel de cantor" !

Nesta época, Raul, já estava separado do mago Paulo Coelho... Seu novo parceiroera o jovem Cláudio Roberto, com quem conversava animadamente, tendo ao lado, seu conhecido motorista portugues - "o homem que cuidava das coisas"... Acumulando também as funções de empresário, segurança, avião & garçon ambulante ! E, que depois, acabou passando-o para trás, como diz a regra...

Eu era fã dos seus primeiros discos, "Krig Ha Bandolo", "Gita"e principalmente, do "20
anos de Rock and Roll". Curtia sua figura de "cowboy fora da lei"... Campeão de vendas. Idolo das empregadas domésticas. Produtor de iê-iê-iê romantico. Cantor de rádio. Marginal/herói. Irresponsável. Drogado. Pirado. Anarquista. Artistas que, fazia um tipo de musica que, é a que gosto de ouvir: "that's rock'n'roll, baby" !

Bahiano estrangeiro que, tinha ódio de "Bosta Nova" . Dizem que, não gostava de nenhum compositor brasileiro... Seus discos revolucionários, super modernos, eram cheios de citações & frases de outras melodias... Muitos plágios de rocks antigos com xotes & baião. Assim como o country & o blues. Raul era o rei do cover. Passava a mão em tudo que ouvia. Plagiava, até, ele mesmo ! Piratiava os seus grandes hits ! Chegou a imitar titulos e faixas inteiras de John Lennon, na mais radical antopofagia musical, já vista entre nós, quebrando todos os tabus da propriedade autoral, criando sempre resultados fantásticos !

Fiquei super impressionado com a sua ingenuidade, pois vestia-se de pop star, tinha um Ford Galaxie preto e era quase um meta-cantor: "Eu gosto mesmo é, quando, me chamam de Elvis" ! E, vivia intensamente essa realidade. Ou, esse sonho... Parecia um roqueiro californiano, com seus cabelos negros & sua barba ruiva, só faltavam as tatuagens !
Era um garoto que, amava os Beatles & Bob Dylan, mas que tinha nascido em "Quem Guem Hem: oito horas de mula e doze de trem"...

Certa vez, quase foi linchado e ficou preso em Caieiras, no interior norte de São Paulo, acusado de ser um impostor que, queria se passar por Raul Seixas...


Cláudio Roberto e ele, me pediram para fazer uma capa surrealistapara o seu novo longplay, onde Raul apareceria, como uma esfinge, enterrado na areia... Embarquei direto na idéia e, na mesma hora, me lembrei do pintor Roberto Magalhães para executá-la. Em algumas questões, o trabalho dos dois se aproximava bastante, embora chegassem a isso por caminhoos diferentes. O Roberto através da meditação e, o Raul da loucura... E, assim nasceu a antológica capa do lp "O Dia que a Terra Parou" !


"Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que, sou, eu sonhei...
Com o Dia em que a Terra Parou !
Com o Dia em que a Terra Parrou" !


Pouco depois, fizemos uma sessão de fotos (a primeira de uma série) e, já eramos amigos. Era fácil fotografa-lo, o imprevisível roqueiro adorava ser focalizado pelas lentes fazendo todas as poses & cliches que, permitem uma boa foto ! Inclusive, tirando a roupa..., como neste inusitado strip stease que, ilustra o nosso texto !

Nesta ocasião, eu estava fazendo um documentario para a Tv Cultura, sobre o demencial José Mojica Marins, intitulado "O Universo de Mojica Marins", e sonhava com uma musica sua, para a trilha sonora... Achava que, tinha tudo a ver: Zé do Caixão & o "Profeta do Apocalipse" !

Fiz de tudo, recorri, até, ao influente Mazzola que, era o seu produtor. Mas, infelizmente, nada deu em nada...

"Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra mão
O sangue no olhar do vampiro
E, as juras de maldição...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada" !



Mais tarde, quando estava selecionando o elenco para "As Sete Vampiras", em 1984, procurei novamente Raulzito. O papel do roqueiro "Bob Rider" fora escrito especialmente para ele (mas, acabou sendo magistralmente interpretado pelo Léo Jaime). Nos encontramos, na suite do Othon Palace Hotel, onde estava hospedado com a Kika. Raul ficou eufórico com a possibilidade de se tornar um ator de cinema de "verdade" (seu velho sonho), ainda mais, interpretando aquele velho papel que sabia de cor, o seu próprio: um cantor de rock !

Depois de várias linhas & bourbons que, acabaram me tirando do ar, não conseguimos deslanchar nossa conversa. Quando desci, os primeiros raios dourados do sol iluminavam a majestosa avenida Atlântica. Respirei fundo, e, imediatamente, me dei conta que, trabalhar com ele, numa filmagem, seria o maior pesadelo. Os dias se passaram e ele não me procurou mais. Sua carreira erratica, já não permitia compromissos regulares.
Conhecia suas próprias limitações. Faltava aos shows... e, constantemente mudava de gravadora. Desaparecer misteriosamente, sem deixar pistas, fazia parte do seu numero. Seria impossível combinar os horários do "maluco beleza" com as insaciáveis "sete vamps"...

Mais uma vez, perdi sua "voz" & o Raul, a sua "vez" nas telas !!!


"As tres horas da manhã, numa cidade tão estranha
Um palhaço teve a manhã de um banquete apresentar
Era um latão de lixo...
Transportando Nova Iorque, ketch up & caviar" !


Anos depois, encontrei o Paulo Coelho de madrugada, em pleno baixo Leblon, e o mago me disse:
"O Raul esta aí..., ontem, estive com ele" !
"Pois é Paulo, estou terminando as filmagens do meu ultimo longa metragem "O Escorpião Escarlate" e gostaria muito que, ele fizesse a musica tema"... - e, mesmo sabendo que, eles não trabalhavam mais juntos, arrisquei a perguntar:
"Voce não quer fazer a letra, assim a minha trilha já seria um sucesso" ???
"Quem sabe... Procura o Raul e pede para ele me ligar"..., respondeu o famoso bruxo.

No dia seguinte, procurei o Raul que, já tinha voltado para São Paulo, onde estava morando. Então, resolvi telefonar para o Midani (pois o Raul estava, novamente, na WEA), contando-lhe o ocorrido e pedindo que, interferisse para o Raul fazer a musica que, afinal das contas seria historica, juntando novamente os consagrados parceiros:

"Eu não acredito..., o Paulo não vai querer trabalhar com o Raú, de novo... Ivan, voce já viu o Raú, ultimamente ? É um fantasma..., ele perdeu todos os seus dentes... O Raú esta
usando dentadura. Voce não vai conseguir nada..., é melhor, voce falar com o Marceleza e, escolher uma musica que, já esteja pronta do disco que, nos deixaremos voce usar"- me respondeu o André, colocando agua fria, na minha doce ilusão.

De qualquer maneira, Midani se comprometeu que, se o Raul fizesse a música, a Warner gravaria.

"Eu, eu ando de passo leve
Pra não acordar o dia
Eu sou da noite, a companheira
Mais fiel que, ela queria"


Numa outra noite, voltando das filmagens com a minha assistente, passamos em frente do Canecão, onde o Raul estava lançando seu ultimo lp "A Panela do Diabo" ! Era a sua volta triunfal & o seu adeus...

"Alô Rio de Janeiro ! Eu não me apresento aqui, já fazem sete anos... Estou com vontade de voltar a morar na Cidade Maravilhosa" !

O show foi um delírio total ! Nunca tinha visto uma platéia tão apaixonada pelo seu velho idolo ! De Leica, em punho, fui me aproximando do palco: Raul Seixas estava estranhissimo. Inchado. Parado. Usando brilhantina nos cabelos, o que lhe dava uma aparencia, ainda, mais trash, de Hell Angel aposentado... Suas roupas não pareciam suas. Eram maiores que, o seu deformado corpo: terno branco riscadinho, com a tradicional camisa preta & gravata branca, a "la Scarface" !

Entretanto, ninguém parecia estar muito preocupado com isso, o importante era que, o Raul, depois, de tanto tempo & tantos desencontros, estava ali... Mesmo, transformado num verdadeiro farrapo humano que, se movia lentamente, com a voz fraca. Cansado. Cantando, apenas, alguns trechos fora do tom dos seus grandes hits:
"Ei, Al Capone, ve se te orienta... Assim, desta maneira..., Chicago não aguenta"...
"Tomar banho de chapeu... Ou, escutar Carlos Gardel... Viva ! Viva! Viva a Sociedade Altenativa" ! "Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante / do que ter aquela velha opinião formada sobre as coisas"... "Ouro de Tolo": "Eu devia ser feliz pelo senhor ter me concedido o domingo, Pra ir com a familia ao Jardim Zoologico..., Dar pipocas aos Macacos..., Ah ! mas que sujeito chato sou eu que, não acha nada engraçado: Macaco, praia, tobogã, eu acho tudo isso um saco"... "Gita": "Eu sou a mosca da sopa e o dente do tubarão... Eu sou os olhos do cego e a cegueira da visão... Eu sou o início, o meio e o fim"... "Metro, linha 743" - homenageando Dylan ! "Hei, anos 80, charete que perdeu seu condutor... Eu disse: hei, anos 80, melancolia e promesas de amor" ! O assombroso
"Rock das Aranhas", proibido pela censura militar de ser executado pelas rádios: "Subi no muro do quintal... E, vi uma transa que, não era normal... Eu duas mulheres botando aranhas pora brigar... Duas aranhas, duas aranhas... Vem cá, mulher deixa de manhã, que a minha cobra quer comer sua aranha" !!! "Eu não sou besta pra tirar onda de herói... Sou vacinado, sou cowboy... Cowboy fora da lei ! Durango Kid, só existe em gibi... E, quem quiser que, fique aqui ? Agora, é com voces" !


Durante, aproximadamente, 40 minutos, viajamos com ele, ao som daquelas melodias inesquecíveis, no mais emocionante e arrepiante espetáculo que, já assisti.

Aqui, inclusive, cabe abrir um parenteses, para elogiar a conduta impecável do grande Marcelo Nova que, fazia escada para o mestre, socorrendo-o,quando tropeçava em alguma letra...

Sempre acompanhado pela minha assistente, segui para os bastidores e, lá então, as coisas ainda estavam mais confusas: Raul mal conseguia falar. Parecia impregnado de remédios psiquiatricos, ou, muito ligado... Deixando todos nós, que, queriamos cumprimentá-lo, numa situação constrangedora, sem saber direito, o que fazer... Depois de muito tempo, me perguntou:
"Como é que, vão os filmes" ?
"Justamente, Raul, gostaria que, voce fizesse a musica do meu novo filme classe b "O Escorpião Escarlate" que, é a sua cara... Inclusive, já conversei com o Paulo Coelho que, topou fazer a letra"..., respondi animado.

"Então, vamos fazer" !

Um tipo suspeito, com pinta de traficante boliviano se aproximou e combinou, encontra-lo, mais tarde, em seu hotel. Raul levantou-se e me explicou que, tinha de ir embora... Como ele estava só, fizemos questão de acompanha-lo, até, seu carro. E, novamente, dei o azar de testemunhar outra cena bizarra:

Protegido, apenas, por um segurança enorme que, levava um revolver nas costas - tipo "Peter Gun" diaraque - e, um par de algemas penduradas, no cinto, Raul mais parecia estar entrando em cana... Ao chegar num Del Rey que, estava lhe esperando estacionado no patio interno, ouvi ele perguntar ao motorista se haveria problemas para sua saída, por causa dos fãs que, estariam o aguardando na rua ?

Entrou no carro sozinho, sentando-se no banco de trás e, enquanto eu batia as últimas chapas, me lembrei, daqueles quadros hiper realistas publicadosa revista Rolling Stones que, revelam a solidão das estrelas pops... Quando os portões de ferro , do Caneção, se abriram: ninguém o esperava, do lado de fora, em frente das ruínas de General Severiano...

"E, lá em Serra Pelada
Ouro no meio do nada
Dor de barriga desgraçada
Resolveu me atacar
O show estava começando
E, eu no escuro me apertando
E, autografando sem parar"...

Nada daquilo evoluiu, o Raul não telefonou para o PC... Estava muito ocupado e doente. O sucesso voltara, tinha mais de 50 shows marcados, arrastando multidões, por todo o Brasil ! Todo mundo queria ver o velho roqueiro que, virara uma lenda viva e que, agora como um fênix voltava a se apresentar. Era a sua despedida...

Em Santa Barbara do Oeste, Mato Grosso, foi perseguido por um grupo de evangélicos que, o acusava de ser uma encarnação do próprio Demônio !

Encontrei-o, novamente, por acaso na sala de espera do aeroporto Salgado Filho. Eu estava voltando, do Festival de Gramado, para o Rio e ele tinha feito um show, em Porto Alegre, mas, o seu avião era para São Paulo. Driblando as dificuldades de comunicação, manifestei a minha alegria em reve-lo e ele proprio, me perguntou se o filme, já estava pronto ?
"Só esta faltando a sua musica"..., foi a minha resposta.
"Na proxima semana, eu vou estar no Rio. Me dá o seu telefone que, eu te ligo, quando chegar"
Já estavam chamando os passageiros do meu voo e mal tive tempo de rasbiscar o meu numero, num pedaço de papel, antes de nos despedirmos.

Surpreendentemente, passado alguns dias, recebi um telefonema da Kika, me avisando que o Raul, já estava no Rio, e gostaria de me encontrar, no dia seguinte...

As onze horas da manhã, me dirigi, desconfiado, ao Rio Designer Center, onde ele estava hospedado, sem saber que, o dia 28 de junho era o seu aniversario... Raul estava completando 44 anos ! Mas, era apenas um espectro, inchado, bebendo cerveja o tempo todo, quase não falava, continuando a dar impressão de que estava ligadão... Olhou, durante alguns minutos as fotografias do filme e mais uma vez prometeu fazer a música...
O "magro abusado" que eu havia conhecido, anos atrás, era outra pessoa. Totalmente debilitado, o alcool e as drogas tinham aniquilado a sua saude. Nos ultimos tempos cultivava o estranho habito de tomar xaropes que, ele mesmo fabricava... Tinha pancreatitite e hepatite cronica, além de ser diabetico. Mesmo assim, Raul "never given up"... Tinha um encontro marcado com a morte. Era um legitimo morto vivo !

"Eu amo a guerra, adoro o fogo
Elemento natural do jogo, senhores
Jamais me revelarei...
Eu sou o misterio do Sol".

A última vez que, nos falamos, foi por telefone. Liguei para o Aliança Residencia, apart hotel onde morava, no centro de São Paulo e perguntei, se ele, já tinha feito a nossa musica ?

"Nego... Tou sem inspiração", murmurou do outro lado.
Diante de uma resposta tão laconica, minha unica opção foi tirar o meu time da "linha", pedindo que, assim que, ele tivesse alguma novidade, me procurasse...


"Meu amigo Marceleza
Já me disse com certeza
Que não sou nenhuma ficção
E, assim torto de verdade
Com amor e com maldade
Um adeus e até, outra vez"

"Preocupar-se, em sobreviver é, esquecer de viver". Poucos artistas cantaram com tanto humor e lucidez o seu próprio fim.

Na segunda feira, 21 de agosto (o mes das bruxas) de 1989, uma notícia tantas vezes divulgada, mas sempre desmentida, finalmente, foi confirmada: Raul Santos Seixas morreu sózinho, sem dar bandeira, de pijama e com um "travesseiro" de 5 gramas, no bolso... Seu corpo foi encontrado pela sua governanta. A causa mortis, segundo o seu medico particular, foi que, esqueceu de tomar insulina, durante o fim de semana, provocando uma parada cardiaca.

Imediatamente, a noticia se espalhou pelas rádios, emissoras de teve e jornais. Seu cadaver foi levado para o Palacio das Convenções do Anhembi, sendo velado por uma multidão de fãs e poucos artistas... Dali, Raul "voltou" para Salvador, onde num enterro apoteotico, foi sepultado no Jardim da Saudade !

"E, quão longa é a noite
A noite eterna do tempo
Se comparada ao curto sonho da vida" !

Passados 20 anos da sua morte, tendo o seu principal parceiro, Paulo Coelho, se transformado em guru nacional, Raul Seixas, embora continue a ser um fenomeno de vendas, uma unanimidade citada, até, pelo Presidente da Republica, ainda não mereceu uma avaliação definitiva da sua obra e da sua meteorica trajetória demolidora.

"Estou pensando, no mistério das letras de musica, tão frágeis quando escritas, tão fortes quando cantadas". Raul não teve a sorte de um critico, como o poeta Augusto de Campos se interessar pelo seu trabalho. Pelo contrario, pagpou um alto preço por ter tocado guitarra e cantado em ingles, antes da Tropicália. Enquanto, Caetano & Gil cantavam bossa nova, no Teatro Vila Velha, Raulzito & Os Panteras barbarizavam as "breguetes" no Cine Roma. Ignorado pela inteligenzia tupiniquim que, sempre prefiriu rotula-lo de pirado, bebado e drogado..., faltou generosidade entre nossos compositores - que vivem jogando confetes, entre si - com o seu inusitado "caso"... Os esquerdofrenicos o consideravam reacionário... E, os caretas tinham medo de sua loucura !

Não adianta querer explicar Raul Seixas: "Não queiram coerencia jamais"... O "moleque maravilhoso" veio para confundir !`Produtor de iê-iê-iê romantico, cantor de rádio que, apreendeu nos estúdios a fazer música dácil, comercial, diretamente, para as paradas de sucesso !

Sua morte foi o capítulo final, não só da sua trepidante vida, como também da sua conturbada biografia. Para muitos artistas, a morte prematura ajuda a ampliar ainda mais a sua lenda... Se em vida, a de Raul, já tinha ultrapassado todas as barreiras, agora, ele é um verdadeiro mito !

"E, como é tudo a mesma merda
Antes que chegue a vida eterna
Eu vou pedir asilo ao Paraguai"...

"Pluct, plact, zuuum..., não vai a lugar nenhum". O "Carimbador Maluco" partiu desta pra melhor, possivelmente, a bordo de um disco voador ! E, deve estar lá em cima, ou, nas profundezas do inferno, atazanando a vida de John Lennon & Elvis Presley ! Batendo uma para o Brian Jones & o Jimi Hendrix e, sem dúvida nenhuma, fazendo muitas parcerias com o Torquato Neto, produzidas pelo Carlos Imperial ! O Glauber Rocha & o Helio Oiticica que, o digam ???


IVAN CARDOSO
1991/2009

2 comentários:

  1. "Longe das cercas embandeiradas que separam quintais
    No cume calmo do meu olho que vê
    Assenta a sombra sonora de um disco voador"

    RAUL ETERNO

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  2. Uau, que tesouro acabei de encontrar...

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